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Empresa lageana fará demolição

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Obra deve começar, provavelmente, na próxima sexta-feira (8), segundo o Governo do Estado - Fotos: Andressa Ramos

Os primos Nereu Ramos e Aristiliano Ramos viveram lado a lado por mais de 50 anos. A estátua de Nereu e o Colégio que levou o nome de Aristiliano contrastam com algo que os dois, em vida, jamais fariam, pois não ficariam tão próximos por tanto tempo. Quando vivos, foram até adversários políticos. A anedota histórica é o pano de fundo para o fim da novela do destino do colégio, que começou com o episódio da interdição do prédio, depois as idas e vindas pela decisão da demolição, por fim, o veredito. O prédio, que esteve ali por mais de 80 anos, será derrubado com a promessa de melhorar o visual do Centro de Lages e até fazer parte de histórias de moradores da cidade, afinal, algumas partes do prédio serão usadas na construção de novas casas.
Para que a demolição aconteça, dois itens precisam ser concluídos: os tapumes que isolam o colégio e a assinatura da ordem de serviço feita pelo secretário-executivo da Agência de Desenvolvimento Regional, João Alberto Duarte. Até ontem à tarde, as tábuas estavam quase todas postas, faltava apenas o portão.

A empresa lageana Incopedra Indústria e Comércio de Pedras e Construção foi a contratada em caráter emergencial para fazer a demolição do prédio. O contrato prevê serviços de engenharia para eliminação de risco com a demolição e retirada dos resíduos não reaproveitáveis, dando a devida destinação. O proprietário da Incopedra, Ezequias dos Santos Pinto, explica que a demolição levará em torno de três dias, porém, o que deve levar mais uns 20 dias será a limpeza do local, afinal, a expectativa é que sejam 300 cargas de caminhões caçamba. A derrubada do prédio será feita com uma escavadeira de fora para dentro. Os materiais serão levados à Incopedra, que fica no Morro Grande. “Nós queremos terminar essa demolição antes do fim do ano”.

>História O colégio Aristiliano Ramos foi inaugurado na década de 1930 e foi a primeira instituição no Estado do programa Escola Nova, que trazia mudanças para o sistema educacional brasileiro. O movimento defendia a universalização da escola pública, laica e gratuita. O Aristiliano Ramos foi a primeira escola laica em Lages. Rui Barbosa foi um grande influenciador desse movimento, que visava a preparar o aluno para acompanhar o desenvolvimento intelectual e a expansão urbana no País. Na época em que foi interditado, 1,3 mil alunos frequentavam a escola diariamente.

Árvores replantadas

Cinco pés de palmeiras, da espécie jerivá, serão retirados da área frontal do prédio do antigo Colégio Aristiliano Ramos e replantados em frente ao Ginásio Jones Minosso. A operação será feita conjuntamente por equipes e equipamentos das secretarias de Planejamento e Obras e de Serviços Públicos e Meio Ambiente. Segundo o secretário Euclides Mecabô (Tchá Tchá), para a retirada das árvores, que terá a autorização da Fatma, serão utilizados um caminhão munck (com guindaste) e uma retroescavadeira. “Será uma operação meticulosa que envolverá uma certa logística de segurança de trânsito para o transporte das árvores, de cerca de 15 metros de altura, até o local de replantio, que deverá ser feito de imediato. Elas serão arrancadas do canteiro em frente ao colégio e replantadas em área frontal ao Ginásio Jones Minosso”, completa.

Construção de casas

Ao invés de madeira de compensado (madeirite), estão sendo fixadas 485 peças de tábuas de pinheiro brasileiro ao redor do Colégio Aristiliano Ramos, que serão reutilizadas após a finalização das obras, para a construção de cerca de 10 casas populares. A informação é do secretário de Assistência Social e Habitação, Samuel Ramos. “Fizemos essa opção de madeira de pinus pelo preço, resistência e durabilidade, considerando que poderemos reutilizá-las futuramente na construção de residências”, explica Samuel. Ele destaca, ainda, que os cepos de eucalipto utilizados na colocação dos tapumes foram doados ao município através do programa Reuso. Com esse mesmo propósito, funcionários das secretarias de Serviços Públicos e Meio Ambiente e de Assistência Social e Habitação farão a retirada de materiais da estrutura que será demolida, como grades de ferro, itens elétricos, entre outros.

Detalhes do colégio Aristiliano Ramos

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