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Eliana fala como é ser doadora de medula óssea

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A cabeleireira Eliana doa medula óssea desde 2008 - Foto: Bega Godóy

Nos últimos 10 anos, o Hemosc de Lages registrou mais de 5 mil coletas de amostras de candidatos a doação de medula óssea. Um número que ajuda a fomentar o banco do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e salvar muitas vidas. A paranaense, Eliana Rodrigues de Sousa, de 42 anos, faz parte desta lista e sabe bem como é ter essa satisfação. Ela já fez três doações e está prestes a realizar a quarta. A cabeleireira se cadastrou há dez anos em Curitiba e fez a primeira doação em 2008, quando ajudou um menino de Portugal, um bebê de Florianópolis e duas pessoas no Rio de Janeiro. “Estou fazendo os exames para doar no dia 16 deste mês para mais duas pessoas”, explica.

Eliana decidiu ser doadora quando teve um parente hospitalizado. “Doei sangue pra ele e fui questionada se permitia coletar mais amostras para a doação de medula óssea”, contou ela, que mora em Lages há dois meses. “Fico feliz por ter tido essa decisão. Mas sinto não poder ter contato com as pessoas que receberam. Gostaria de conhecê-las”, comenta.

O coordenador administrativo do Hemosc de Lages, Mauricio Hermes Félix, explica que a amostra do sangue vai para Florianópolis, onde é feita a decodificação genética e cadastrada no Redome. Após identificar o receptor compatível, a administração do Redome entra em contato com o Hemosc que, por sua vez, avisa ao doador. Esse processo, entre a doação até a efetivação do transplante, pode levar 90 dias. Isso porque o doador precisa fazer novos testes no Hemosc local e o médico do Redome precisa monitorar os resultados durante esse período até o transplante. “Não dói nada e não custa nada. Vou para o Rio de Janeiro com as despesas pagas pelo Estado”, explica Eliana, que fez suas doações no estado carioca. Ao total, são 70 centros para transplantes de medula óssea no Brasil. Destes, 30 realizam transplantes com doadores não aparentados e estão distribuídos por 8 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Doação

O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.

>> A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções.
>> O procedimento leva em torno de 90 minutos.
>> A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
>> Nos primeiros três dias após a doação, pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.
>> Normalmente, os doadores retornam às atividades depois da primeira semana após a doação.

Há outro método de doação chamado coleta por aférese. Neste caso, o doador faz uso de medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue.
Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação, nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

O que fazer para ajudar os pacientes?

É preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa para esclarecer dúvidas a respeito da doação. Em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10ml) para a tipagem de HLA (exame de histocompatibilidade que identifica as características genéticas de cada indivíduo).Os dados do doador são inseridos no cadastro do Redome, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação.

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