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Diferença entre moradores e eleitores é grande nos municípios da Serra

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Foto: ArquivoCL

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Santa Catarina revelou que 22 cidades no Estado têm mais eleitores do que moradores. Só na Serra Catarinense, são quatro municípios. As diferentes chegam a quase mil pessoas. O chefe de cartório da 21ª Zona Eleitoral, Gilmar Duarte, diz que essa situação ocorre por causa de pessoas que têm ligação com as cidades, mas não moram no local. Mas ele garante que não há irregularidades no fato.

Anita Garibaldi, Capão Alto, Painel e Palmeira são os municípios onde há mais eleitores do que moradores. Levando-se em consideração o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, o número estimado de habitantes que podem votar em Anita Garibaldi é de 6.601 e o número de eleitores é de 7.555. Em Capão Alto, são 2.113 moradores e 2.907 eleitores. Já em Painel, são 1.900 habitantes e 2.433 eleitores; e em Palmeira, são 1.798 moradores e 2.798 pessoas aptas a votar. O Correio Lageano levou em consideração o censo de 2010, pois decidiu descartar a população não votante, ou seja, menores de 16 anos.

Gilmar Duarte explica que aqueles que querem tirar seus títulos de eleitor em determinado município, não precisam residir no mesmo, mas sim ter algum vínculo, como por exemplo, ter uma propriedade, ter parentes de até 2º grau, estudar ou trabalhar no local. O chefe do cartório explica que é muito comum as pessoas manterem o vínculo com as cidades e que é um direito poderem votar no local que possuem uma ligação. Desta forma, se comprovar a ligação, não há como impedir.

Durante as eleições para presidente e governador, a discrepância não afeta diretamente o resultado. Entretanto, em uma eleição municipal, uma diferença de aproximadamente mil votantes, como é o caso de Palmeira, tem peso significativo no resultado final do pleito.

 

Os números no Brasil

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) identificou que em 308 cidades do Brasil o número de eleitores é maior que o de habitantes. Metade dos municípios onde ocorre a inversão está em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e em Goiás, e todos são de pequeno porte. Em todo o país, estão aptos para votar 146,8 milhões de eleitores, o que corresponde a 70,4% da população brasileira, de 208,5 milhões.

O levantamento da confederação, baseado nos registros do TSE, ressalta que as diferenças ocorrem pela distinção entre os domicílios eleitoral e civil, o que permite que o eleitor more em uma cidade e vote em outra. A concentração de eleitores em locais com maior atividade econômica e migração constante de grupos populacionais, como ciganos e assentados, também contribui para a diferença, segundo a CNM.

 

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