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Dan Ferreira (PT) candidato a deputado federal

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Foto: Marcela Ramos

Correio Lageano: O senhor nunca foi candidato a um cargo eletivo, acredita que está preparado para assumir uma vaga na Câmara dos Deputados?

Dan Ferreira: Nunca fui candidato, mas estou na militância, nos movimentos populares, há mais de 20 anos. Qual a função de um legislador, de um deputado federal ou estadual? É, antes de mais nada, propor leis e políticas públicas, fiscalizar o Executivo e a defesa dos direitos, da democracia e daqueles que o colocaram no Poder Legislativo. Isso já faço há alguns anos, no movimento estudantil, quando comecei a militância, no movimento sindical, do qual fiz parte e agora nos movimentos populares. Nos últimos anos, tem ficado mais evidente, tenho estado mais na luta. Eu acredito que sim, estou preparado. Nos movimentos populares, sabemos que nosso espaço de debate e de defesa da classe trabalhadora é na rua, no campo e nas fábricas. Nesse momento temos espaço institucional para fazer essa discussão.

O seu partido, o PT, tem certa rejeição de alguns dos eleitores. O senhor acha que isso é prejudicial para a sua campanha?

O que vejo em relação à rejeição, de certa forma, não é só do Partido dos Trabalhadores, existe em outros espaços. Percebo uma aversão à política partidária.  As pessoas se consideram apolíticas, o que considero que não seja correto, porque política, a gente faz todo dia. Em relação à política partidária, as pessoas têm olhado de forma muito negativa. Só que isso é parte de um processo para que os maus políticos se apropriem da política. E, assim, cria-se a ideia de que não se deve fazer o debate. No caso do Partido dos Trabalhadores, percebo que, nessas eleições, nas periferias, principalmente, quando começamos a discutir, quando falamos do PT e do Lula, as pessoas vêm receber com uma felicidade. Existe a rejeição por uma parte da sociedade, mas outra parcela, que está sofrendo com todo esse processo desde o Golpe da presidenta Dilma, não rejeita. Entendemos a rejeição como uma ‘fatia’ da sociedade que não tem interesse.

Se o senhor fosse deputado na atual legislatura, que projetos destacaria como importantes?

Essa legislatura é uma das piores, trouxe um processo enorme em relação aos direitos da classe trabalhadora e das pessoas pobres. Destaco a Emenda Constitucional 95, que fez corte nos investimentos. As pessoas gostam de chamar de corte de gastos, mas não existe gasto com educação, saúde, segurança e assistência social, existe investimento. O SUS é considerado um dos melhor sistemas de saúde estatais e, por conta desse corte de investimentos, vai praticamente acabar, e isso é por conta de interesses dos planos de saúde, das grandes corporações que administram hospitais. A Emenda 95 é um dos maiores retrocessos dos últimos 30 anos. A Reforma Trabalhista foi boa para os grandes empresários e grandes proprietários de terras, mas para a classe trabalhadora, que precisa da carteira assinada, foi um retrocesso. Falam da flexibilização da contratação, isso não é verdade, algumas empresas, inclusive na cidade, têm três turnos, demitiram parte dos turnos e contrataram por um valor mais baixo os horistas. Essas pessoas não têm mais direitos, acabam ficando a mercê do que o patrão quer. A terceirização entra nesse processo também, precariza a vida da classe trabalhadora. Tiraram da pauta a Reforma da Previdência, mas após da eleição, vai acontecer, e vamos precisar lutar contra,  porque, com certeza, é para acabar com a aposentadoria. O que está acontecendo no Brasil é a tentativa de fazer um exército de reserva da classe trabalhadora, que as pessoas estejam com tanta fome que aceitem trabalhar por qualquer coisa, até por comida.

Por que o senhor acha que deve receber o voto dos eleitores?

Me apresento como alternativa para a classe trabalhadora. Se observarmos os candidatos que estão postos na região e também no Estado, temos grandes companheiros e companheiras, e entre eles, me coloco como alternativa para defender a democracia. Tenho muito a contribuir e discutir e é por isso que me coloco com candidato e como bom representante da classe trabalhadora.  

O Correio Lageano publica uma série de entrevistas com os candidatos a deputado estadual e federal dos municípios da Serra Catarinense. Essas entrevistas acontecem sempre às terças e quintas-feiras às 10h30 e às 14h30, ao vivo, pelo Facebook, no CL Entrevista nas Eleições 2018.

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