Geral

Comunidade se manifesta contra governo estadual

Published

em

Passeata foi para se manifestar contra a suspensão dos cursos técnicos - Foto: Susana Küster

Faixas, cartazes, apitaço e gritos, como: “Estudante na rua, governo, a culpa é sua”, deixaram claro, ontem à noite, a indignação de estudantes, professores e gestores escolares diante da medida do governo estadual de suspender as matrículas para os cursos técnicos nos Cedups. Eles saíram do Cedup do Industrial e foram até o Cedup Renato Ramos da Silva em passeata. Muitos motoristas se manifestaram com buzina em apoio à passeata.

O governo estadual proibiu oito, dos 18 Cedups do Estado, de abrirem matrículas neste segundo semestre para os cursos técnicos. As instituições afetadas foram, os dois de Lages, Blumenau, Joinville, Tubarão, Criciúma, Chapecó e Florianópolis.

A justificativa do governador Eduardo Pinho Moreira é de que há muita evasão escolar, então, agora, a ideia é que as matrículas sejam abertas uma vez por ano. Um dos problemas desta decisão é que as instituições foram pegas de surpresas, e estavam com as matrículas abertas.

De acordo com o professor e presidente da Associação de Pais e Professores (APP) do Cedup Industrial, Rodrigo Ricardo da Silva, havia uma procura de mais de 120 alunos para os cursos técnicos que teriam vaga neste semestre. “A evasão acontece, mas isso também ocorre em universidades. Muitos desistem por causa do trabalho ou por problemas pessoais.”

Segundo ele, há um índice de cerca de 30% de evasão por ano, o que é considerado habitual pela instituição. “Muitos voltam para terminar quando finalizam o ensino médio”. A diretora do Cedup Renato Ramos da Silva, Márcia Costa, afirma que dos sete cursos oferecidos, iniciaram o primeiro módulo 208 alunos e permanecem 160. Ou seja, o número está longe dos 50% alegados pela Secretaria de Educação ao cancelar as matrículas deste semestre.

Deputados formam bloco para pressionar governo

Deputados estaduais formaram um bloco suprapartidário para pressionar o Governo do Estado a voltar atrás e manter as matrículas no segundo semestre nos Centros de Educação Profissional (Cedups). Além disso, hoje, representantes de alunos e professores destes Centros estarão em Florianópolis também para pressionar o Executivo a cancelar a decisão.

Ontem, diretores dos Cedups de Lages e de Tubarão estiveram no gabinete do deputado Gabriel Ribeiro para buscar formas de fazer o governo desistir da suspensão das matrículas. Da tribuna, o parlamentar enfatizou que Lages está situada na região com o menor índice de desenvolvimento de Santa Catarina, e que a medida do governo serve apenas para agravar esta situação, tendo em vista que o ensino técnico é fundamental na formação de mão de obra.

Ele protocolou na Alesc uma moção de contrariedade endereçada ao governador Eduardo Pinho Moreira, na qual pede a reversão do cancelamento das matrículas do segundo semestre. A Comissão de Educação vai convocar a secretária de Estado da Educação, Simone Schramm, para dar explicações sobre os cortes.

Mais esclarecimentos

O deputado estadual Fernando Coruja encaminhou à Casa Civil e à secretária de Estado da Educação, Simone Schramm, Pedido de Informação solicitando esclarecimentos sobre a ordem de cancelamento das matrículas para o segundo semestre letivo nos Cedups.

Coruja quer saber quantas inscrições foram canceladas para o segundo semestre de 2018 nos cursos técnicos; quais os motivos que levaram à suspensão das matrículas; como fica a situação dos alunos já inscritos para este semestre e quando será liberada a matrícula desses inscritos; e, também como fica a situação dos professores que fizeram concurso para ACT há um ano e meio e teriam até o fim deste ano o emprego garantido, além de questionar qual é o investimento anual nos cursos técnicos.

Durante seu pronunciamento, o deputado adiantou que solicitará a realização de audiência pública para que a população possa se manifestar sobre o assunto que considera “da maior importância, já que trata do ensino profissionalizante, que precisa ser fortalecido em nosso país.”