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#CLentrevista o secretário adjunto Amandio João Da Silva Junior

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Foto: Marcela Ramos

Correio Lageano: O senhor tem uma ligação bastante forte com Lages, apesar de ser da região de Ituporanga e hoje morar em Rio do Sul.

Amandio João Da Silva Junior:  Quando tinha 16 anos, eu praticava esportes, jogava futebol de salão, e vim para Lages na categoria de base. Então, vi aqui um bufê de cachorro-quente, levei a ideia para Ituporanga. Comecei meu primeiro negócio copiando a ideia daqui de Lages. Depois, comecei a empreender aqui em Lages, apesar de morar em Rio do Sul, na área de tecnologia e telecom, em uma empresa de telefonia, a empresa me deu a oportunidade, mas eu teria que começar em Lages. Fiquei dez anos aqui, fiz amigos, e conheço bem a cidade. Me sinto muito bem aqui. Tenho uma gratidão por essa cidade.

Como pretende exercer esse espírito empreendedor na Secretaria de Desenvolvimento do Estado?

É isso que eu pretendo. Compreendo que a estrutura do estado brasileiro, me refiro às esferas municipal, estadual e federal, foram desenhadas para não dar certo. Os processos burocráticos, a forma que o Estado trabalha, nos cria barreiras e, automaticamente, um desafio muito grande. Porém, quando você recebe um convite de um governador, de um secretário, como foi o caso do Lucas Esmeraldino, para tentar fazer algo parecido com o que a gente consegue na iniciativa privada, no setor público, talvez mais cômodo fosse não ir. Mas como sempre fui crítico construtivo do modelo do estado brasileiro, não das pessoas que trabalham no poder público, ao contrário, pois temos pessoas qualificadas no poder público, mas que não têm a sintonia e o formato não é o mais adequado. É a oportunidade que eu tenho de parar de criticar e tentar contribuir e ajudar. Esse é o meu papel. É nisso que eu acredito, e espero, dentro das minhas possibilidade, fazer isso.

O senhor esteve há pouco tempo nos Estados Unidos participando de um evento com a intenção de captar ideias e levar um pouco do Estado de Santa Catarina para fora do Brasil.  

O Estado de Santa Catarina, por meio da a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, foi convidado pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) e pela Associação Catarinense de tecnologia (ACATE), e eu fui para representar, com todas as despesas pagas. Fomos aos Estado Unidos, primeiro Austin, no evento que se chama SXSW, e que é um dos maiores da economia criativa do mundo. Visitamos várias empresas de tecnologia, como a Dropbox, uma das maiores do mundo, com um modelo de gestão absolutamente diferente daquilo que estamos acostumados. A segunda cidade visitada foi Boston, no estado de Massachusetts, onde tivemos cinco dias de agenda intensa, em visitas a empresas. E isso tudo, para corroborar e enxergar esses modelos de economia criativa e inovação, e como está sendo gerido esse novo cenário de relação que as pessoas hoje em dia têm para lidar com outras pessoas, lidar com empresas para comprar produtos e serviços. Mudou muito a conceituação do mercado, e nós não podemos esperar o mundo dar essa perspectiva, nós temos que sair na frente. Então, essa viagem foi muito importante nesse aspecto, trazer ideias, atitudes, trazer de lá, de um mercado maduro e que apresenta grandes alternativas para o fomento à inovação, à economia criativa e de novos negócios; trazer isso de forma antecipada para o Brasil e aplicar especialmente aqui em Santa Catarina e em nossos centros de inovação, como é o caso do Órion Parque aqui em Lages. Foi uma visita que também abriu outros canais de aproximação entre Brasil, especialmente Santa Catarina, com a cidade de Boston, para trazer investimentos Americanos para cá.

Faz pouco tempo que este novo governo está atuando no Estado, e a comunidade espera muito, cobra respostas e ações. Como está a estruturação do governo? Que ações podem já ser anunciadas para a população?

É importante lembrar que quase 75% dos catarinenses apostam numa nova figura e um novo jeito de fazer política, não só de fazer política mas que foi tratado durante a campanha  eleitoral de um novo jeito de fazer governança pública. O Governador Moisés é uma das pessoas mais qualificadas, pois é apaixonado pela inovação. Ele nos cobra transparência, isonomia com relação a tudo aquilo que faz. Diante desse novo cenário de tratar justiça pública catarinense, é o que nos dá o entusiasmo de trabalho. Ao mesmo tempo, tem uma percepção de que o Estado é gigantesco e não se resolvem problemas que estão perdurando por muitos e muitos anos, em 90 dias. A proposta do governador é olhar para dentro e montar uma equipe qualificada, que ele já fez, mas conhecer mais profundamente o Estado, para errar o menos possível e apresentar situações de inovação. Muitas coisas já foram apresentadas, questões da economia dos combustíveis, através de um modelo novo de abastecimento para os carros públicos, uma economia de seis milhões de reais. A partir do dia 1º de abril, nós não podemos mais tratar com papel

Essa questão do papel, o governo está preparado para ser 100% digital? Já que a digitalização exige um estrutura técnica.

Eu assinei os últimos papéis físicos semana passada, agora, é tudo digital. O desafio é grande mas as pessoas que estão à frente desse projeto são qualificadas. Diante disso, no caso da digitalização, tenho a convicção de que vai acontecer no prazo estipulado. O que pedimos é que a população também se acostume com isso.

Existe algum projeto para a Serra Catarinense, em questão de desenvolvimento, geração de emprego, renda e riquezas?

A Serra Catarinense já saiu na frente quando colocou esforços para fazer com que o Parque Tecnológico Órion fosse inaugurado. Hoje, 80% do parque está tomado. As empresas que estão ali, já funcionam e eu acredito muito que esse modelo de parque tecnológico e centro de inovação seja o futuro. E Lages saiu na frente, já está aí o parque funcionando há quase dois anos, servindo de exemplo para as demais regiões, dando oportunidade a boas cabeças, principalmente, para aquelas que saem das universidades colocarem suas ideias em prática e transformarem aquilo em projetos que vão se transformar em boas ideias e soluções. Criando emprego e distribuindo renda.

Outro aspecto é a questão do turismo, somos a região mais bela do Brasil, precisamos trazer investimento para a área de infraestrutura do turismo. Apesar de pouco tempo, o governo tem caminhado para desburocratizar.

Colaborou: Marcela Ramos

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