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#CLentrevista o especialista em Cidades Inteligentes, Luiz Antônio da Costa Silva

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O lageano Luiz Antônio da Costa Silva é especialista em Cidades Inteligentes, mestrando em Engenharia e Gestão do Conhecimento – Área de Mídias do Conhecimento, é um dos palestrantes do 3º Congresso Catarinense de Cidades Digitais que está acontecendo em Lages, com a participação de mais de 100 prefeitos e gestores municipais de todo o Brasil.

Em entrevista exclusiva para o #CLentrevista, Luiz Antônio falou sobre cidades inteligentes e as formas de fazer com que esses conceitos sejam introduzidos nas cidades e contribuam para a qualidade de vida dos cidadãos,

Correio Lageano_ Qual a definição de cidade inteligente?

Luiz Antônio_  São cidades que permitem ao cidadão ter mais convívio, que as pessoas estejam mais próximas, que seja mais amistosa e premie o cidadão com toda a inteligência  que temos baseada em tecnologia da informação.

Quando se fala em cidade inteligente, as pessoas pensam que isso depende da disposição de muita tecnologia a disposição das pessoas. É isso, mesmo?

A cidade é inteligente a partir do momento que tem um povo inteligente, tem um povo que compartilha. O que precisa é mais atitude do que tecnologia. Evidente q a tecnologia está associada para trazar mais benefício e conectividade, mas não é a base de uma cidade inteligente.

Que exemplos podem ser citados como cidades inteligentes?

Barcelona é a  precursora desse movimento. Há mais de 30 anos é conceituada dessa forma. Na prática, cidade inteligente é aquela que as pessoas podem trabalhar, se divertir e morar muito próximo, buscando o conceito das antigas aldeias que tudo funcionava em volta da água. Onde havia uma fonte de água, as pessoas moravam até uma milha, distância que o aldeão podia carregar água até sua casa. Os bairros em Paris funcionam com base nesse conceito. Outro exemplo está na Coréia do Sul, Songdo, que é totalmente inteligente e integrada. O asfalto gera energia e as lixeiras são inteligentes e são capazes de contar pontos a cada objeto descartado, no sistema de gameficação.

Pensando na nossa realidade, de que Lages pode fazer para começar a se tornar uma cidade inteligente?

Sobretudo com atitude. Permitir que as pessoas fiquem mais conectadas. Não no Facebook ou no WhatsApp, mas no trabalho, na economia, na atitude. Talvez a partir de uma economia criativa. Lages tem o pinhão, tem o artesão. Isso é uma economia criativa. Talvez uma troca, começar por um bairro. Não se pode impactar uma cidade como Lages, com quase 200 mil habitantes, e torná-la uma cidade inteligente de uma hora para outra. Mas pode-se impactá-la através de um bairro, criando um bairro corporativo, com estrutura de governo com as quais as pessoas não precisem se deslocar ao Centro para conversar com o poder público; usando aplicativos que possam aproximar o cidadão do poder público pelo celular, por exemplo. A ideia é que em 2020, tenhamos mais de 50 bilhões de aplicativos conectados entre si. Serão quase seis sensores para cada pessoa. É pensar grande, agir pequeno e rápido.

Essa transformação depende apenas do poder público?

De forma nenhuma. Depende da atitude de todos. Nossa como cidadãos, enquanto inseridos em um ecossistema; numa cidade, no nosso bairro, na nossa rua. Não aguardar tudo do poder público.