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Cirurgia inédita em Lages pode devolver visão a cães cegos

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O médico veterinário Eduardo mostra o antes e o depois do olho do cachorro Kauê - Foto: Camila Paes

A vida do poodle Kauê, de 11 anos, mudou completamente nos últimos dois meses. Passou de um animal quieto, para um cachorrinho agitado, brincalhão e apaixonado por crianças. Isso tudo aconteceu porque o médico veterinário Eduardo Ghiggi, realizou um procedimento inédito em Lages, que recuperou a visão de Kauê, que há quatro não enxergava.

Foi uma cirurgia de catarata que o oftalmologista veterinário realizou em novembro do ano passado, e devolveu a visão do bichinho. A professora Janaína Gonçalves Souza, de Ponte Alta, é a dona de Kauê e revela que a melhora foi imediata. “Um dia após a cirurgia ele já estava bem. Foi gratificante, até mesmo emocionante, ver a felicidade dele”, explica.

Eduardo é mestre em oftalmologia há dois anos. Formado em Medicina Veterinária pelo Centro de Ciências Agroveterinárias desde 2011, concluiu o mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2016. Ele revela que, durante a graduação, sempre se interessou por essa especialidade. Desde 2016, Eduardo atua como médico veterinário em Lages, mas só em 2017 sua primeira cirurgia pôde ser realizada. Ele explica que precisou de um tempo para se aperfeiçoar e também para adquirir os equipamentos necessários ao procedimentos.

Lageano, o veterinário sempre sonhou em seguir a profissão. Estudou até a 8ª série no Centro Educacional Vidal Ramos Júnior e o ensino médio no Colégio Santa Rosa. Para o vestibular, estudava sozinho, já que não era possível arcar com os custos de um curso pré-vestibular. A única prova que prestou foi para o Centro de Ciências Agroveterinárias e, então, foi aprovado. A paixão pela profissão gerou resultados positivos nos atendimentos, que podem ser percebidos pelos comentários positivos que enchem sua página no Facebook.

Oftalmologia

Sobre o tratamento, Eduardo revela que há ainda muito desconhecimento sobre as possibilidades de tratar doenças nos olhos. Principalmente, porque há poucos especialistas. “Em Santa Catarina, acredito que tenha no máximo uns cinco”, explica. Além disso, muitos acreditam que cães e gatos não contraem doenças oftalmológicas. Entretanto, algumas raças são suscetíveis à catarata. Como é o caso do poodle, por exemplo. O cocker e o labrador também podem desenvolver a doença com facilidade. A dona de Kauê conta que por quatro anos o cão não tinha mobilidade, se batia em móveis e era acanhado. A família até pesquisou especialistas em outros locais, mas só encontrou em Curitiba ou Porto Alegre. Porém, o custo seria muito alto e não havia como arcar com ele. “Confiamos muito no trabalho dele e ele sempre foi muito claro que o Kauê poderia não recuperar a visão 100%”, afirma. Mas, após o procedimento, a qualidade de vida do poodle mudou muito e ele voltou a ter uma vida saudável e feliz.

 

Kauê, 11, depois de quatro anos sem enxergar, voltou a ter uma vida normal após procedimento

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