As mulheres ainda enfrentam barreiras significativas no mercado de trabalho brasileiro, mesmo com níveis mais altos de escolaridade. É o que mostra o Censo 2022, divulgado pelo IBGE, que também revelou profundas desigualdades de rendimento relacionadas à raça e ao grau de instrução.
Notícias de Lages no seu WhatsApp
Fique por dentro de tudo o que acontece na cidade e região
Participação desigual entre homens e mulheres
Em 2022, a taxa de ocupação entre homens acima de 14 anos era de 62,9%, contra apenas 44,9% entre as mulheres. Mesmo representando a maioria da população brasileira, elas ocupavam menos da metade dos postos de trabalho.
A presença feminina é concentrada em áreas como educação, saúde e serviços domésticos, onde elas somam 93,1% da força de trabalho. Já em funções como operadores de máquinas e forças de segurança, a participação é bem menor.
Desigualdade persiste mesmo com mais estudo
Enquanto 28,9% das mulheres possuíam ensino superior completo, esse índice era de 17,3% entre os homens. Apesar disso, a média de rendimento mensal delas era R$ 609 menor: R$ 2.506 frente aos R$ 3.115 recebidos por homens.
Nos cargos que exigem ensino superior, a disparidade se amplia: homens recebem em média R$ 7.347, enquanto mulheres ficam com R$ 4.591 — o que representa 60% do valor.
Cor e raça também influenciam os rendimentos
A pesquisa também apontou fortes diferenças de salário conforme a raça. Indígenas e pretos receberam os menores valores médios: R$ 1.653 e R$ 2.061, respectivamente. Brancos (R$ 3.659) e pessoas de raça amarela (R$ 5.942) tiveram os maiores rendimentos.
Mesmo entre formados com ensino superior, a desigualdade racial se mantém: indígenas ganham menos da metade do que pessoas de raça amarela (R$ 3.799 contra R$ 8.411).
Como isso impacta sua vida?
A pesquisa mostra que ter formação não garante oportunidades iguais. Gênero, raça e classe social continuam ditando quem ganha mais ou menos no Brasil — e esses dados servem como alerta para mudanças estruturais urgentes.