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Carmen Zanotto (PPS) candidata a deputada federal

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Foto: Nilton Rim/Divulgação

O Correio Lageano publica, a partir deste fim de semana, uma série de entrevistas com os candidatos a deputado estadual e federal dos municípios da Serra Catarinense. Essas entrevistas acontecem sempre às quintas-feiras às 10h30min e às 14h30min, ao vivo pelo Facebook, no CL Entrevista nas Eleições.

Correio Lageano: Como avalia, a senhora que já está há dois mandatos, sua participação na Câmara Federal?

Carmen Zanotto: São experiências bem diferentes, o período que fui suplente e este de titularidade, pois neste caso, permaneço todo o tempo e posso participar mais intensamente das comissões e das deliberações que acontecem na casa. Avalio como um mandato de muito trabalho, natural pelo meu perfil, mas o trabalho na Câmara Federal inicia por volta das oito horas da manhã, nove no máximo, e se estende, muitas vezes, até a madrugada. Não se resume apenas ao plenário da Câmara, temos as comissões e procuro participar ativamente dos projetos que são apresentados, que deliberamos nas comissões permanentes, ajudamos a melhorar os textos, aprovando os apresentados por nós. Também participamos das audiências públicas, que são riquíssimas, que nos permitem analisar com maior intensidade propostas e projetos de lei que lá são apresentados para subsidiar os parlamentares nas votações.  

Quando a senhora elabora um projeto, ouve seus eleitores, percebe a necessidade da comunidade?

Por exemplo, o Projeto de Lei do tratamento do Câncer, que determina o atendimento dos pacientes, em no máximo, até 60 dias, é fruto de um estudo da minha experiência como secretária municipal de Lages e adjunta da Secretaria de Estado de Santa Catarina na elaboração do plano estadual de oncologia, mas especialmente fruto de um relatório do Tribunal de Contas da União, de que, em algumas regiões do país, as pessoas aguardavam até dois anos ou mais para o seu tratamento. Quando soubemos do diagnóstico do ex-presidente da República  (Luiz Inácio Lula da Silva), da suspeita na quinta e o tratamento já na segunda-feira, de imediato elaborei esse projeto de lei, esperei o seu tratamento, e no final de 2011 apresentei o que é texto legal. Qual era a nossa expectativa? Que a gente conseguisse, com o Governo, ser em até 30 dias no máximo, mas em função da situação que o país vive, das diferenças regionais, é impossível os estados darem conta de atender os pacientes em até 60 dias. O que é gratificante, dessa iniciativa parlamentar, da minha experiência como enfermeira, é que temos o Plano Nacional de Expansão da Radioterapia, que procura instalar equipamentos de radioterapia nas regiões do país e as que não têm em Santa Catarina estão sendo contempladas. Eu já recebi iniciativas e propostas do Ministério Público de Santa Catarina, das entidades que trabalham com pessoas com câncer de várias instituições e pessoas, e sempre procuro, na justificativa da apresentação do projeto, citar quem sugeriu aquele Projeto de Lei. Muitas das iniciativas são de ouvirmos a sociedade. O projeto é mais legítimo quando parte das pessoas.

E quando a senhora vota um projeto que não é seu, leva em consideração só as questões técnicas ou procura ouvir seu eleitor?

A Câmara tem a organização do partido, cada um tem uma determinada linha. Mas levo muito em consideração ouvir as pessoas e uma coisa muito clara, não conseguimos satisfazer todo eleitorado. Quando você vota de uma determinada forma um Projeto de Lei, posso estar agradando uns e desagradando outros. O que a gente precisa ter como princípio é coerência com as nossas ações, respeitar o coletivo e muitas vezes a forma como aquele projeto está tramitando. Tem alguns projetos que chegam sem discutirmos de uma forma mais ampla com a sociedade e tem mais resistência para aprovação.

Por que as pessoas devem votar novamente na senhora?

Eu tenho um grande compromisso com Lages, com a região serrana e com o Estado de Santa Catarina. O meu retorno na Câmara, se assim o eleitor entender, terá como foco o que é melhor para a vida das pessoas. Com esse princípio de buscar, não só os recursos das emendas parlamentares, que são importantíssimos. Quando falamos em recurso de emenda parlamentar, estamos falando em compra de recursos para a área da saúde, mas também para realização de procedimentos de cirurgias eletivas e exames, por exemplo, através do Fundo Municipal de Serviços de Lages e Consórcio Intermunicipal, que atende a 25 municípios. Também pode ser usado para pavimentação, agricultura e saneamento básico. O meu trabalho de legisladora é muita próximo do coletivo dos prefeitos que compõem a Amures (Associação dos Municípios da Região Serrana), os 18 municípios e mais os que estão no Consórcio de Saúde.