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Bicicletas ganham batalha pela ciclovia do Rijksmuseum holandês

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Amsterdã (Holanda),  21/06/2010, (EFE)
 

Os ciclistas conseguiram alterar o projeto que queria retirar a ciclovia de Rijksmuseum, de Amsterdã, que facilita a passagem de um lado para outro das bicicletas pela planta baixa do museu, comentou à Agência Efe o arquiteto Antonio Ortiz.

 

A união dos ciclistas de Amsterdã conseguiu atrasar a remodelação do prédio central do Rijksmuseum iniciada em 2000, quando o estudo de Ortiz e Antonio Cruz ganhou o concurso.

 

Felizmente, a sede da melhor pinacoteca do mundo do século de ouro da pintura holandesa já tem data de abertura oficial, verão de 2013. Embora as obras tenham de estar concluídas ao menos um ano antes, indica Ortiz.

 

A ciclovia do prédio da planta retangular do Rijksmuseum terá um corredor, concretamente, pela via central que é formada por arcos, enquanto as pessoas poderão caminhar pelas duas laterais do corredor delimitado pela via central.

 

Desta maneira, os transeuntes e os ciclistas que passam pelo túnel, criado no início da rua e que cruza metade da planta do prédio do Rijksmuseum, podem chegar rapidamente à Museumplein (Praça dos Museus), onde estão o Museu Van Gogh e o Museu Stedelijk.

 

Nessa polêmica se produziu o conflito de interesses de dois ícones da Holanda: o Rijksmuseum, que tem o sobrenome de Museu Nacional de Amsterdã, e o uso da bicicleta.

 

O Rijksmuseum, que foi criado pelo arquiteto holandês Pierre Cuypers, é considerado a "obra maior" de arquitetura de caráter "wagneriana", ou seja, um prédio que desde a abertura, em 1885, mistura arte decorativa, asiática e de professores holandeses, aponta Ortiz.

 

Na Holanda, o uso da bicicleta é tão comum como o cultivo das tulipas. Diariamente e, sobretudo, nos dias de sol e de temperaturas amenas, "a bicicleta é o veículo perfeito em Amsterdã", comenta um taxista com a Agência Efe.

 

Os protestos dos ciclistas levaram à paralisação das obras – nas quais trabalharam com barcos e mergulhadores (Amsterdã fica abaixo do nível do mar) -, exigiram mais recursos, já que o projeto arquitetônico teve de ser redesenhado para não fechar a ciclovia.

 

A primeira ideia do projeto de remodelação era que a via central do passadiço – a dos ciclistas – fosse eliminado e em seu lugar erguessem dois lances de escadas para aceder diretamente aos dois pátios.

 

Diante da recusa dos ciclistas, Ortiz e Cruz projetaram um segundo protótipo, que foi rejeitado, para o mesmo corredor, na qual a ciclovia seria transferida para um lado do túnel e a outra parte seria destinada para os transeuntes e visitantes do museu.

 

Agora, os ciclistas poderão usar a ciclovia como queriam. Os arquitetos sevilhanos, no entanto, contemplaram a possibilidade de algum dia o passadiço ser a opção para as bicicletas nessa região, com o fim da interligação.

 

Embora os ciclistas não tenham como acompanhar as obras, os dois pátios se comunicarão por um passadiço criado sob a ciclovia, e haverá quatro portas de entrada no polêmico túnel.

Foto: (EFE)

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