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Banco do Tempo – Uma troca Colaborativa e de Confiança

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Arte: Janaina Sartor

Quem nunca escutou que o tempo vale ouro? Nos dias atuais, com a correria do dia a dia, a frase faz todo sentido.

Imagine, então, ter o tempo como moeda de troca. Foi a partir deste conceito, na busca de uma troca colaborativa e de confiança, que surgiu o Banco do Tempo de Lages.

A ideia nasceu em um evento no Órion Parque, há cerca de dois meses, quando foram discutidas ideias que podem transformar a sociedade em que vivemos.

O grupo disponibiliza as informações sobre o projeto em uma página no Facebook. Qualquer pessoa pode participar, oferecendo serviços ou produtos.

Evertom Waltrick, 31 anos, é um dos idealizadores e explica que o grupo já conta com alguns membros e realizou trocas.

“Importante ressaltar que as trocas devem ser de tempo, por exemplo, serviços de fotografia ou consultoria. Não podendo haver cobrança em dinheiro quando realiza a tarefa.”

 

Como funciona

 

Quando alguém pede para participar do grupo no Facebook, é aceito e entra com um saldo de 4 horas no seu caixa do tempo. Assim, quando realiza um serviço vai acumulando mais horas no seu caixa. Vale ressaltar que a quantidade de horas por serviço é estipulada pelos membros do projeto.

Como o grupo ainda não conta com um local físico, uma vez por mês os encontros acontecerão na Praça Joca Neves, durante a Feirinha de Arte e Artesanatos, local onde também aconteceu a primeira troca.

Janaina Sartor, foi uma das primeiras integrantes do Banco, participou da criação da arte para divulgação do projeto, ganhou uma hora pelo trabalho que realizou. Acumulou, assim, 5 horas com o saldo que já tinha ao ingressar no grupo. Na Feirinha, realizou sua primeira troca, levou para casa dois vasos artesanais, feitos por outra integrante do projeto, gastando 1h30min do seu banco e mantendo um saldo positivo.

Para ela o banco do tempo remete à doação de atenção, de tarefas e de solidariedade. “Um propósito maravilhoso que torço muito para que realmente fique na nossa cidade, que as pessoas possam utilizá-lo de forma abundante, trocando valores mais do que monetários, mas sim, de coração” comenta.

A referência do projeto é o Banco do Tempo de Florianópolis, que existe há 4 anos. Ainda em fase de adaptação, o grupo sabe que encontrará situações que não estão previstas, ao longo do trajeto. Hoje, as horas são contabilizadas em uma tabela do Excel e controladas através de um documento compartilhado entre os membros.

Já fazem parte do Banco do Tempo, fotógrafos, professor de Ioga, terapeuta holística, artesã e consultora.

O grupo ainda pensa em criar projetos de trabalhos voluntários, como limpeza de praças públicas, plantio de mudas, e outros serviços que possam ser úteis à sociedade, dando oportunidade a quem pensa em participar do Banco, mas não tem um serviço ou produto que possa ser trocado.

“A base do projeto é a troca solidária. Estamos felizes com o interesse e a participação das pessoas.” finaliza Evertom.

Evertom, Thais e a filha na Feirinha de Artesanatos. Crédito: Agnes Samantha

Tabela

Entrar no grupo: 4 horas

Realizar um serviço ou produto: Quantidade de horas estipulada pelo grupo

Exemplo de saldo: 6 horas – que podem ser trocados por outro serviço ou produto de um membro do grupo.